
Nota Política do PCB-GO
O 1º de Maio de 2020 apresenta-se no contexto de um dos períodos históricos mais brutais para a classe trabalhadora. O sistema capitalista em crise, sob sua lógica sistêmica de reprodução, tentar recompor suas taxas de acumulação por meio do acirramento do seu poder destrutivo sobre a natureza e da superexploração dos trabalhadores e povos.
Desde a crise econômica internacional eclodida em 2008, assistimos: i. Generalização de políticas de socorro aos grandes bancos e empresas, de privatizações de estatais e de especulação financeira; ii. Multiplicação de demissões e subcontratações, de trabalho não pago e de restrições de direitos trabalhistas e liberdades sindicais; iii. Aprofundamento do ódio a imigrantes, da perseguição a minorias sociais, de violência policial e de ampliação da população carcerária; iv. Acirramento da dominação, exploração e guerra imperialista contra os povos, da intensificação do ódio a imigrantes, da perseguição a minorias sociais e da ampliação da violência policial e da população carcerária.
Esse quadro foi agravado pelo avanço da Pandemia do Covid-19, potencializada por sistemas públicos de saúde deteriorados, pelo custo abusivo de equipamentos, remédios e insumos hospitalares impostos pelas multinacionais e pela falta de infraestrutura e materiais de proteção. Mas também potencializada pelos ataques ao “isolamento social”, pela exposição de trabalhadores/as a conglomeração nos transportes e nas linhas de produção, e pela redução das medidas básicas de proteção.
No Brasil, além do avanço da Pandemia do Covid-19 e de um sistema público de saúde que vive um processo de sucateamento progressivo desde a sua criação, enfrentamos outras epidemias simultaneamente. Também nos deparamos com índices de violência, desemprego/subemprego, déficit de moradia e desigualdade social que estão entre as mais elevadas do Mundo.
Essa classe dominante, tendo Bolsonaro e Congresso Nacional a seu serviço, aproveita da Pandemia para justificar ataques ao que restou de direitos sociais e trabalhistas. Impõem um pacote de medidas que regulamenta a suspensão de contratos de trabalho e a redução de salários no setor público e privado. A lógica, com ou sem Pandemia, é sempre a mesma: reduzir o custo do trabalho para o capital e ampliar a dívida pública para reforçar o caixa dos banqueiros.
No Brasil, ainda sob o contexto aberto pelo Golpe de Estado de 2016, cujo aprofundamento foi determinante para a eclosão da atual crise econômica, política, social e sanitária de características bíblicas, têm curso um processo de escalada autoritário-fascista pelo controle da burocracia de Estado. Apoiado em mobilizações de massas com base em apelo obscurantista e em segmentos e grupos reacionários, esse processo pode culminar na vitória das forças sociais e políticas autoritário-fascistas contra as liberdades democráticas. Processo esse que tem Bolsonaro à sua frente, mas conduzido em aliança com setores do empresariado, políticos reacionários, segmentos militares e policiais e lideranças religiosas inescrupulosas.
Camaradas, neste 1º de Maio de 2020 presenciamos a agudização da lógica do lucro e acumulação de capital a qualquer custo! O grande capital bancário e corporativo, em um mesmo movimento, aprofunda a exploração diretamente uma parte da classe trabalhadora enquanto exclui e marginaliza outra parte. O Estado tem acentuada a sua condição de comitê de defesa dos interesses de capitalistas e burgueses em detrimento dos trabalhadores/as e das camadas populares. Um verdadeiro estado de barbárie social, que tem como base a submissão da vida e da saúde dos/as trabalhadores/as e das camadas populares ao lucro, está em franco avanço. Encontramos-nos diante de uma crise civilizatória, ambiental e sanitária poucas vezes vista no Mundo e no Brasil.
Compreendendo que somente a luta organizada salvará nossas vidas, salários e direitos, o PCB e seus coletivos no Estado de Goiás orientam seus militantes e conclamam aos trabalhadores que se organizem por seus locais de trabalho, estudo e moradia; que conduzam ações de denúncias, mobilizações e greves de resistência para fazer frente a essa crise! Mas, sobretudo, que é fundamental reconstruir um projeto classista operário e popular para derrotar a barbárie capitalista!
Pela saúde gratuita, completa e de qualidade!
Proibição de demissões e emprego para todos/as!
Direitos previdenciários e trabalhistas a todos/as!
Defesa das liberdades democráticas e repúdio ao autoritarismo e fascismo!
Liberdades sindicais e direito de greve!
Repúdio ao racismo, machismo, lgbtfobia e demais formas de opressão!
Solidariedade entre trabalhadores e os povos!
Pelo fim exploração, dominação e guerra imperialista!
Pela emancipação da classe trabalhadora e sua libertação da barbárie capitalista!
Pelo Poder Popular rumo ao Socialismo!
FORA BOLSONARO E MOURÃO!