Nesta segunda, 15 de fevereiro de 2021, Goiás chegou muito próximo a marca 100% de ocupações nos leitos destinados à COVID no estado, batendo esse número por algumas horas na capital¹. Desde o dia 20 de janeiro deste ano as autoridades de saúde vêm apontando o fato de estarmos passando pela segunda onda da doença e em um movimento crescente, que acabou se concretizado nessa semana que entra.

Contudo, o Estado, mesmo sabendo da situação, não moveu um dedo para garantir o atendimento a quem precisasse, inclusive entramos neste segundo momento de auge da COVID-19 com menos leitos do que da primeira vez e o fechamento do hospital de campanha situado em Águas Lindas, região do entorno, que tinha capacidade de 200 leitos de UTI². No início do mês de fevereiro foi implementado um decreto iniciando a lei seca no estado mas, devido a pressão do setor de bares e boates, na mesma semana que foi publicado houve a flexibilização³.

Diante desta situação, Ronaldo Caiado vem reforçando seu alinhamento com a política genocida implementada no Governo Federal. Desde o começo da pandemia utiliza do seu ofício de médico como argumento de autoridade e na prática tem reproduzido as medidas fajutas que Bolsonaro propõe. Caiado se tornou referência nacional de governadores, junto com Pazuello, na briga pública contra Dória, governador de São Paulo. Este, por sua vez, avança em seu populismo vazio em cima da CoronaVac. O cenário descrito reafirmou-se com o racha do DEM durante a eleição da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, momento em que o governador vai a favor do candidato de Bolsonaro, Arthur Lira, inviabilizando qualquer possibilidade de Impeachment.

Assim, o que temos em Goiás é que, em pleno avanço do Coronavírus, presenciamos o aumento da flexibilização das medidas de isolamento social sem perspectiva de um novo lockdown mesmo com ocupação quase total dos leitos no estado, sendo esse um dos critérios para o acompanhamento do avanço da doença, além disso, a vacinação está acontecendo em passos lentos, com o governador sentado esperando que o Ministério da Saúde envie as doses.

Caiado governa para os grandes empresários do estado. Desde que começou a ser pressionado entrega tudo o que o setor quer. Presenciamos então a volta do comércio, fazendo com que os trabalhadores fossem expostos diariamente ao risco de contágio devido a lotação do transporte público, por exemplo. Agora vemos o incentivo à reabertura das escolas mesmo sem previsão de vacinação dos professores, que em grande parte são integrantes dos grupos de risco. Goiás corre rumo ao colapso que aconteceu em Manaus no mês de Janeiro. Embora a defesa incondicional de salvação da economia por parte dos liberais, agora é o momento de salvarmos vidas.

É necessário que os setores populares avancem na luta pelo direito à vida. A agenda pela vacinação deve continuar e, após já dois dias de mobilizações, concentrar esforços no fim de semana do dia 20 e 21 de fevereiro com pautas claras: 1) Agilidade da vacinação em massa e gratuita; 2) A continuidade do auxílio emergencial até o final da pandemia; 3) Em defesa do serviço público e do SUS e pela revogação da EC 95, que congela investimento em saúde; 4) Fora Bolsonaro/Mourão e Caiado. Assim, nos solidarizamos com as famílias dos mais de 8 mil mortos em Goiás pela COVID-19⁴ e apresentamos uma alternativa para se opor a esse projeto de morte que comanda os Governo Federal e Estadual: a construção do poder popular. 

1https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2021/02/15/hospital-de-campanha-de-goiania-atinge-100percent-de-ocupacao-dos-leitos-de-uti-para-covid-19.ghtml

2https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/segunda-onda-da-covid-19-em-goi%C3%A1s-pode-ter-menos-leitos-1.2185443

3https://sagresonline.com.br/coe-aprova-flexibilizacao-do-decreto-da-lei-seca-em-goiania/

4https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2021/02/15/goias-passa-de-8-mil-mortes-por-coronavirus-diz-governo.ghtml