NOTA POLÍTICA
PCB/GO E SEUS COLETIVOS – 02 DE OUTUBRO: Dia Nacional de Luta!
A crise social, política, econômica e sanitária que envolve a sociedade brasileira aprofunda-se e ganha contornos cada vez mais trágicos para a população.
O desemprego atinge 20 milhões de trabalhadoras/es, bem como a fome assola mais de 19 milhões de pessoas, carestia, aumento do preço dos itens da cesta básica, gás e combustível, crise hídrica, seca, miséria e as ações de uma política genocida do governo Bolsonaro, amplamente denunciada e comprovada.
A marca absurda de 600 mil vidas perdidas e os efeitos dessa catástrofe sobre centenas de milhares de famílias atingidas pela política negacionista promovida pelo governo, se articulam com a queda do poder de compra da população, uma tragédia de imensas proporções para a classe trabalhadora.
Esse cenário tem acarretado um acirramento da luta de classes em 2021. No mês de setembro, esse acirramento mostrou-se explícito no reposicionamento de frações das classes dominantes, o aumento do isolamento de Bolsonaro, e a disputa política e ideológica entre as forças da esquerda.
O 7 (sete) de setembro foi marcado pela convocação golpista de Bolsonaro, que procurou articular apoiadores institucionais, empresários vinculados ao agronegócio, empresas de transporte, segmentos de caminhoneiros e integrantes do núcleo duro do bolsonarismo, com vista a desencadear um quadro de anarquia social e depredação promovidos por esses setores, de modo a “justificar” um artifício jurídico de desagregação da ordem democrática e de intervenção do aparato de segurança. Bolsonaro realizou um ensaio geral de ruptura institucional, que se de um lado não conseguiu reunir forças suficientes para a referida ruptura, demonstrou capacidade expressiva de mobilização nesse sentido, com apoio de setores radicalizados e com reservas políticas armadas que ainda não foram às ruas.
As forças do campo popular organizaram o “27º Grito dos/das Excluídos/as”, que se transformou no quinto dia nacional de mobilização da jornada Fora Bolsonaro. O Grito dos Excluídos é marcado, há 27 anos, pela denúncia da exploração das/os trabalhadoras/es e da dependência externa do país.
Esse ano, o Grito incorporou a pauta “Fora Bolsonaro” e a denúncia da pauta ultraconservadora, antipopular e autoritária-fascista.
Os desdobramentos do 7 de setembro para a classe dominante foram de evidência de que as frações burguesas hegemônicas visam sangrar o atual governo para fortalecer o projeto de “terceira via” eleitoral com vistas a garantia de estabilidade institucional e continuidade/aprofundamento da aprovação da agenda ultra-neoliberal, isto pode ser observado com recuo da sanha golpista bolsonarista no pós 7 de setembro, que teve o suporte dos setores do grande capital e seus asseclas, bem como no movimento (esvaziado) capitaneado por MBL e Vem pra Rua, movimento este com o intuito de encaminhamento desta “terceira via” eleitoral que encobre e, mais do que isso, reforça, a agenda das contrarreformas, retiradas de direitos sociais e privatizações, ou seja, que garante a continuidade da agenda do golpe de 2016.
Já no campo das forças populares, o 7 de setembro reforçou divergências táticas e leituras conjunturais: se parte do campo popular tem sua centralidade de ação em torno das eleições de 2022, inclusive apostando em manter relações políticas com forças políticas situadas no âmbito da centro-direita em face da ameaça autoritário-fascista, nosso campo compreende a necessidade de fortalecermos os atos nacionais na perspectiva e organização da greve geral das/os trabalhadoras/es.
Neste sentido, mostra-se um desafio para todo o campo popular, pois é pressuposto da ação tática, estratégica e dos projetos em disputa, definir o caráter das frentes políticas e alianças de classes para enfrentar a atual conjuntura.
A rejeição à Bolsonaro, que cresce a cada dia, não significa, ainda, um processo bem amalgamado de organização do campo popular: para além das divergências táticas, um ponto fundamental a se considerar é o fato de que anos e anos de processos despolitizadores de cooptação e conciliação de classes, reverberaram em dificuldades concretas para a luta organizada da classe trabalhadora, que não encontra formas de canalizar suas insatisfações, ainda que rejeite Bolsonaro.
Por isso, é tarefa primordial manter a jornada de mobilização “Fora Bolsonaro” articulada mediante diálogo com a classe trabalhadora, trazendo a pauta central de derrubada da agenda ultraneoliberal de retirada de direitos sociais e privatizações, em um trabalho de base permanente nos atos e no entreatos: agitação e propaganda nos locais de trabalho, estudo e moradia, com nossos materiais, diálogo com a população nos bairros, nos locais de trabalho, nas escolas e universidades.
Neste momento a luta contra a PEC 32 é central: a famigerada contrarreforma administrativa, vista como a “cereja do bolo” da agenda ultra-neoliberal, destrói os serviços públicos transfere recursos públicos para detentores de títulos da dívida pública, acentua o controle e a repressão aberta sobre as/os trabalhadoras/es e atinge toda população ao aprofundar a estrutura autocrática, burocrática e repressora do Estado.
O momento exige maturidade na análise, firmeza e combatividade das forças políticas e sociais do campo popular, construídas com base no classismo e na unidade.
A denúncia do desemprego, da carestia, miséria, fome, falta de água, das consequências da famigerada reforma administrativa para os serviços públicos como saúde e educação, das privatizações que sacrificam a soberania popular, do sucateamento do SUS e das universidades com profundos cortes orçamentários, do marco temporal que destrói direitos dos povos originários, são demandas urgentes da população que precisam estar articuladas, pois politizam e garantem sentido, à mobilização pelo Fora Bolsonaro, podendo mobilizar aquelas e aqueles que ainda não vieram de maneira organizada para as manifestações nas ruas.
O dia 2 de outubro, o 6º Dia Nacional de Lutas pelo Fora Bolsonaro-Mourão, precisa ser construído como uma forte manifestação que articule atividades de mobilização de divulgação do mesmo, e permita intensa mobilização em todo estado de Goiás, na capital Goiânia, mas também em Anápolis, Catalão, Cidade de Goiás, Jataí e todas as cidades nas quais nossa militância esteja presente, por meio de passeatas, carreatas, atos simbólicos, panfletagens, atividades de mobilização como parte integrante da luta em defesa dos direitos e demandas concretas que a classe trabalhadora, as camadas populares e juventude.
O momento é de preparação de um processo de greve geral contra esse governo genocida e sua política de terra arrasada, como um longo e dedicado trabalho de reorganização de nossa classe, mediante a construção de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, a partir do qual se possa produzir um programa comum e uma unidade orgânica dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Todas e Todos aos atos do dia 2 de outubro!
Fora Bolsonaro-Mourão-Guedes! Impeachment Já!
Por emprego e pelo fim da carestia!
Em defesa dos direitos da classe trabalhadora e das liberdades democráticas!
Construir o ENCLAT e preparar a Greve Geral!
Pelo Poder Popular e pelo Socialismo!