escrito por Laércio Júlio da Silva (Jobi)*

Antônio Gramsci foi um filósofo, jornalista, historiador, deputado, membro do Comitê Central e um dos fundadores do Partido Comunista Italiano (PCI) em 1921. Nasceu na Sardenha, região sul da Itália, em 1891. Após o golpe de Estado realizado por Mussolini, foi condenado e preso. Morreu em 27 de abril de 1937, aos 46 anos, pouco depois de ser libertado em consequência de doenças agravadas na cadeia.
Gramsci destacou que, no capitalismo, as classes dominantes usam o seu poder econômico e sua liderança política, moral e intelectual para impor às classes dominadas a sua visão de mundo. Para tanto, ao seu tempo, utilizavam-se das igrejas, das instituições escolares, do rádio e do jornal impresso como instrumentos de alienação política e cultural – a esses instrumentos podemos agregar atualmente a TV e as redes sociais. Isto é, impunham as concepções de mundo apresentadas como naturais e verdadeiras.
Por essa razão, para além da política e da organização, ateve-se ao pensar a emancipação do proletariado também pelo lado da educação e da cultura. A emancipação política, escolar e cultural, necessárias para a transformação radical da sociedade, demandaria o solapamento dos elementos ideológicos e culturais burgueses em favor de elementos proletários emergidos da contradição social e da criação da própria classe a partir de experiências coletivas de mobilização, de luta e de organização. Daí o surgimento de conceitos como “práxis” e “intelectual orgânico”, elaborados mediante um fazer que reúna teoria e prática, sob o comando de “intelectuais” da classe em sentido amplo, na perspectiva da desagregação das relações capitalistas de produção e da edificação do socialismo.
Passados 86 anos da sua morte, Gramsci exerce grande influência ao que denominamos “esquerda” política. Mas também sofre ataques, sendo uma das maiores vítimas das “fakenews” do fascismo bolsonarista, que o acusam de teórico da disseminação do “comunismo cultural” presente nos meios de comunicação, nas escolas e nas universidades.
Aos/às comunistas de todas as nações, Gramsci deixou um legado precioso na luta pelo poder político e cultural.
* Militante do PCB
Para ler mais:
- Sobre Gramsci, escrito por Augusto Cerqueira. Para acessa-lo, clique aqui.